As vias de sinalização que controlam a diferenciação, o crescimento, a adesão, a migração, a ativação e a sobrevivência celular estão comprometidas tanto com a homeostase celular, quanto com a resposta de defesa do organismo, orquestrada pelos eventos da resposta inflamatória. A síntese/ liberação de mediadores inflamatórios, a resposta a hormônios associados ao metabolismo celular, assim como a geração de espécies reativas de oxigênio (ROS) via ativação da NADPH oxidases podem modular a atividade ou a expressão de receptores, modificando sinais intracelulares que controlam as funções celulares, em células sanguíneas e vasculares, como também no epitélio e no tecido adiposo, estando envolvidos na manutenção ou controle de processos inflamatórios crônicos. Um melhor entendimento das vias de sinalização envolvidas na manutenção da homeostase e na modulação da atividade celular em processos inflamatórios agudos ou crônicos, é essencial no desenvolvimento de terapias para diversas doenças.
Com base na nossa experiência nas áreas de inflamação e sinalização celular buscamos elucidar os mecanismos de ação envolvidos no efeito de moléculas que interfiram com a função e na sinalização de células que participam da resposta imune inata e adaptativa, como leucócitos, células endoteliais, epiteliais e da musculatura lisa, adipócitos e no controle da atividade de células tumorais. Os projetos inseridos nesta linha são: (1) Atividade biológica e mecanismo de ação de lectinas, desintegrinas e peptídeos ligantes de integrinas (2) Mecanismos moduladores da ativação e função de leucócitos e células vasculares (3) Aspectos da resposta inflamatória e imune no contexto da obesidade e na programação metabólica.
As interações entre as respostas imune e metabólica são essenciais para a saúde dos tecidos e, por conseguinte, dos organismos. A ruptura dessas interações promove o surgimento de diversas doenças, dentre elas o câncer, a obesidade e as doenças cardiovasculares, que estão entre as doenças mais prevalentes no mundo. Nesse contexto, vimos estudando o microambiente inflamatório como um importante fator fisiopatológico nessas enfermidades, enfatizando o papel de diversos elementos que compõem esse microambiente, tais como as células imunes e a matriz extracelular, além das vesículas extracelulares liberadas pelas células e de mediadores solúveis, nas alterações funcionais, na atividade e no metabolismo celular. Neste contexto, temos como principal objetivo identificar os mecanismos moleculares associados ao microambiente inflamatório, envolvidos na gênese, estabelecimento e desenvolvimento do câncer, da obesidade e da aterosclerose. Buscamos caracterizar vias de transdução de sinais intracelulares que modulam os efeitos dos mediadores inflamatórios, fatores endógenos, procurando também identificar a ação de novas moléculas capazes de modificar essas respostas. A compreensão dos processos celulares e o conhecimento das moléculas chaves e seus mecanismos de ação, irão auxiliar na descoberta de novos alvos para prevenção e tratamento dessas doenças crônico degenerativas.